Saturday, May 23, 2009

Consciência Transnacional

Salve tod@s!!!

A moçada tem reclamado que não tenho mais escrito no blog. É verdade, a razão é de vocês!!! A experiência que vivo aqui é muito interessante, pois é uma rotina definida pelo inedetismo. Antes nunca achei que isso fosse possível, mas a experiência de ser um sujeito transnacional nos traz novas descobertas a cada milésimo de segundo.
As aulas diárias no curso de Inglês permanecem. Lá, como já narrei uma vez, os encontros são muito intensos. Essa semana conversava com meu amigo mexicano. Ele é um jovem de 24 anos que sonha fazer a faculdade de Manager Culinary. Ele saiu de seu país junto com seu irmão deixando para traz uma vida, segundo ele, sem "muitas perspectivas". Eles estão ilegais aqui e vieram de ônibus assim como milhares de mexicanos diariamente. São histórias de dor, de lágrima, de superação de resistência.
Foi interessante esta semana porque um professor pediu que a gente fizesse uma atividade de simular no site da American Air Lines uma compra de passagem para nossos respectivos países. O grau de euforia das pessoas era tanto, que um desavisado que passase no Room Computer Center (sala dos computadores) acreditaria que realmente iríamos viajar. Realmente as experiências no Brooklyn Adult Center têm sido as mais marcantes. Estar ali representa a chance de viver com pessoas reais, o que me provoca um interessante contraponto, visto que diariamente também percorro as luxuosas instalações da Biblioteca da New York University e divido mesas, computadores e cadeiras com jovens da idade de meu amigo do curso de Inglês, mas donos de trajetórias totalmente distintas das dele.
Tenho pensado muito como é importante nos afastarmos de nosso contexto para podermos nos compreender melhor. E, de fato, NYC é um privilégio para a prática desse exercício.
Axé!

1 comment:

  1. Oi, querida Giovana, que delicia ler seus textos do Blog. Esses ultimos então são especiais. As coisas que voce escreve conseguem esse seu encantamento com a experiência (única, e transformdora, eu sei) de amar e ser amada em muitas línguas e culturas. É nessa hora que a gente experimenta sensivelmente o fato de sermos seres planetários, sem papo "oi plantinha", de verdade mesmo. É diferente a gente saber intelectualmente esse negocio de alteridade, e viver o afeto de gente de tantas partes e tãoooooo diferente da gente - nas coisas que acredita, no comportamento... De agora em diante, minha irmãzinha, já era: as coisas que acontecerão no Afganistão, em Bangladesh, na Somália, vão lhe dizer respeito diretamente, profundamente. Cada um desses lugares nesse nosso mundão vai ser terra onde tem gente 'sua', onde esses seus novos parentes estão, ou onde eles têm gente querida. Muda tudo. Talvez eu já tenha escrito coisas parecidas aqui no seu blog ou por email pra você - se já fiz, nem repara, estou ficando velhinha... mas, é que essa sua experiência me emociona muito, fico lembrando minhas temporadas de ver mundo ao longo da minha vida, também assim de sozinha desafiando a saudade e de coração escancarado pras novidades - e aí vejo que foi tão importante, pra tudo. Minha formação veio tanto ou mais dessas vivencias quanto dos estudos. Cara, Gi, voce vai voltar muuuuuito maior do que foi, e carregar esse atlas de afetos pro resto da vida. Pra sempre. Dá aperto no coração porque de agora em diante sempre haverá saudades de alguém longe. Não tem jeito. Mas é bom demais. Vai fundo, Gi, ame muito por aí.

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