Washington Square durante o inverno no mês de fevereiro
Nada melhor que um começo de noite entre amigos no parque. Eu, Amana, Rodrigo e Márcio na última sexta, dia 23 de maio.
Uma Preta Carioca vivendo no Brooklyn
Washington Square durante o inverno no mês de fevereiro
Nada melhor que um começo de noite entre amigos no parque. Eu, Amana, Rodrigo e Márcio na última sexta, dia 23 de maio.
Eu, a professora Lorelle (organizadora do evento) e meu pai Ogum no meu pescoço. Salve!
Foi muito interessante a oportunidade de apresentar neste espaço. No Brasil, já fiz isso inúmeras vezes e pude assim estabelecer diversos pontos de comparação. Uma das coisas que mais me chamou a atenção é a precisão do tempo. Dez minutos são 10 minutos e você pode marcar um compromisso para a hora de encerramento sem ter medo de dar vexame e chegar atrasado porque de fato as coisas terminam na hora. Não acho que seja o caso de ficarmos fazendo juízos de valores entre Brasil e USA sobre pontualidade. Na minha lente, são dinâmicas diferenciadas e ambas são produtivas. Nossos minutos (às vezes horas) excedentes aí no Brasil também nos rendem muitos frutos... Fiquei muito feliz com o resultado.
No olho do furacão: lendo meu texto
Foto do studio, by Janny Llanos
Chorando com motivo depois do piercing
No Beyond
Depois disso, como sempre, pegamos o trem A juntas e fomos para casa descansar e recobrar as forças para nossa próxima aventura.
Yuko, sua mãe e eu numa noite inesquecível
A lista de pessoas queridas não pára por aqui, por isso eu continuo aqui alimentando a minha doce ilusão de ir apresentando cada um desses incríveis personagens detalhadamente, afinal cada uma delas merece no mínimo um post específico. Mas vamos lá, com o tempo vou conseguir falar um pouquinho de cada uma dessas extraordinárias pessoas...Há ainda outras amigas: a Munira, que já apresentei a vocês e a Shrin, que em breve será apresentada. Além dessas meninas, há muitos haitianos no curso: o Jim, o Edriss e a Nathanael são alguns deles. Sua primeira língua é o Francês. Esse é um outro aspecto que torna o curso uma experiência mágica. Ver e ouvir o Inglês nos mais variados sotaques... onde o brasileiro é mais um...
Há ainda a dominicana Rosa. Conversamos muito. Ela está nesse país há dez anos, é casada e tem filhos. O sonho dela é que seus filhos façam faculdade aqui. Rosa fala Inglês bem, mas resolveu estudar... Fica muito difícil traduzir essa experiência em palavras. Todos os dias alguém está triste, com os olhos marejados... isso já é normal, e naturalmente, nesse dia essa pessoa é tratadade forma especial. Ela pode ganhar um doce, ser a escolhida para ler o texto em voz alta ou algum outro tipo de mimo que a professora inventa ou que nós, seus "parentes", criamos.
Por aqui o tempo começa a andar mais rápido, a rotina exaustiva de leituras infinitas agora começa a ser conciliada com mais uma nova empreitada: o curso de Inglês. Vamos aos fatos:
Cenário: Brooklyn Adult Center em Bed Stuy, a duas quadras (aqui dizem blocks) da minha casa.
A escola é como aquelas que a gente vê em filmes como "Escritores da Liberdade"... só que nesse caso, Hilary Swank, a "Menina de Ouro", perde para mim...
Não sei se as palavras dão conta de explicar este momento mágico, inesquecível. Sou levada à sala de aula pelo professor - muito simpático que fez o teste comigo. Nos corredores, alunos blacks and latins (aqui são coisas diferentes, outro dia explico!). Para mim estes instantes foram eternos, não sabia o que iria encontrar... e já cansada dos cursos de Inglês tradicionais que sempre trazem John e Mary como personagens, confesso que mesmo com todo meu otimismo, não fazia prognósticos muito positivos...
Pois bem, quando eu chego na porta da sala, a Teacher, Victoria Capeci, muito simpática interrompe a aula e meus novos colegas me dão "welcome". Podem imaginar? Nem eu... Entre eles, muçulmanas que falam Bangla, mexicanos, franceses, yemens... Pois é, o "bagulho é doido"! Não tem jeito, a transnacionalidade nos empurra para o Inglês, único ponto aparentemente em comum que compartilhamos. Esse foi meu ledo engano...
Ao fim da aula, que por sinal é muito boa, as muçulmanas se juntam e vêm ao meu encontro. Isso mesmo: "de bando"! Felizes, sorridentes, amigas, queridas. Uma delas que não fala Inglês chama a sua "interpréte". Ela precisa desesperadamente saber o que eu uso no meu cabelo, pois o dela é igual ao meu... Eu explico e ela anota desesperadamente. Tomada pela curiosidade, já que sua burka me impede de ver seu cabelo, pergunto como ele é: ela diz em gestos: "como o seu, só que maior". A burka fazia com que seu belo rosto se tornasse ainda mais expressivo... e, como uma criança pura, ela segura nos meus cachos, maravilhada, encantada...
Todas se despedem muito felizes e eu, mais ainda... a simplicidade e a força desse momento foram mágicas pra mim...
Com a vitalidade dessas meninas, ganhei minha sexta-feira...
Munira e um de seus filhos